Bem vindo!

Este blog está em fase de experimentação. Ele está sendo criado para divulgar as belezas e outros potenciais da Floresta Nacional de Caxiuanã, bem como a gestão que a equipe do ICMBio vem desenvolvendo.

Veja os temas à direita.

Equipe / Contato

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é a instituição responsável pela gestão da Floresta Nacional de Caxiuanã.

Equipe ICMBio
Benedito Lopes - técnico ambiental
Cândido da Luz Ribeiro - técnico ambiental
Carlos Alberto Braga - analista ambiental - eng. agrônomo
Jaimirton da Silva Vaz - técnico ambiental
Joel Gomes de Melo - técnico ambiental
Jorge Evandro Santos Gomes - analista ambiental - eng. florestal
Lilian Vieira Miranda - analista ambiental - tecnóloga ambiental
Roberta Helena Lavared - analista ambiental - eng. florestal
Roberto Araújo de Oliveira - contratado pela prefeitura de Portel

Contato
Av. Conselheiro Furtado, 1303, Batista Campos, Belém-PA (prédio do IBAMA), CEP: 66035-350
Tel: (91)3323-4582


ICMBio e Unidades de Conservação

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é um órgão federal ligado ao Ministério do Meio Ambiente, responsável pela gestão das Unidades de Conservação (UCs) Federais do país (atribuição que, antes da criação do ICMBio em 2007, era do IBAMA). Segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC - Lei 9985/00) as UCs podem ser do tipo 'uso sustentável' ou 'proteção integral'. Dentro do primeiro tipo, destacam-se as Florestas Nacionais (Flona), Reservas Extrativistas (Resex) e Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS); dentro do segundo, os Parques Nacionais (Parna), as Reservas Biológicas (Rebio) e as Estações Ecológicas (Esec).

O objetivo central das UCs é sempre a proteção dos seus recursos naturais, mas em cada categoria de UC, uma diferente estratégia é adotada.

Nas UCs de proteção integral, só é permitido o uso indireto (que não envolva coleta ou extração, como o turismo e a pesquisa) dos recursos naturais e populações residentes não são permitidas no seu interior, somente em seu entorno.

Nas UCs de uso sustentável, a conservação dos recursos naturais e o seu uso sustentável andam juntos. O uso direto (que envolva coleta, extração) de parte de seus recursos naturais é permitido. Populações tradicionais que habitavam o interior da UC antes de sua criação possuem o direito de continuar morando nela após sua criação e devem ter seu modo de vida tradicional sustentável respeitado.

Projetos socioambientais

A equipe do ICMBio da Flona Caxiuanã vem articulando algumas ações no sentido de promover o fortalecimento, a autonomia e a participação na gestão da população residente na Unidade, como a organização de cursos de capacitação e assessoria técnica nos temas:

- criação de abelhas nativas sem ferrão
- organização social e associativismo
- atuação dos Agentes Ambientais Voluntários (AAV)
- acordo de pesca
- sistemas agroflorestais e adubação com leguminosas
- cantinas comunitárias
- elaboração de projetos comunitários



Curso de Sensibilização em Sistemas Agroflorestais
Por: Ozanyra da Costa e Jailton Cavalcanti - Arboreto/UFAC
Em: Julho/2007, Estação Científica Ferreira Penna / MPEG
Para: Comunidades Caxiuanã, Pedreira e Laranjal

Crédito: ICMBio - cc - Alguns direitos reservados


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Pesquisa científica

O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) mantém, desde 1993, em área cujo uso foi cedido pelo IBAMA (Convênio nº 065/1990), a Estação Científica Ferreira Penna que desenvolve pesquisa científica sobre a fauna, a flora, o ambiente físico e o homem da região. Três grandes projetos de pesquisa estão atualmente em andamento em Caxiuanã: ESECAFLOR/LBA (Experimento em Grande Escala da Biosfera - Atmosfera na Amazônia), TEAM (Tropical Ecology, Assessment and Monitoring Initiative) e PPBio (Programa de Pesquisa em Biodiversidade).

Localização dos projetos
Fonte: Museu Paraense Emílio Goeldi

O experimento ESECAFLOR, em andamento desde 2000 em Caxiuanã, é um dos componentes do LBA e fruto da cooperação científica entre as Universidades Federal do Pará, de Viçosa e de Edimburgh, o MPEG e a Embrapa. Consiste na simulação de um período de seca na floresta para avaliar o impacto da seca prolongada nos fluxos de água e dióxido de carbono em uma floresta tropical amazônica, investigando a exclusão de água no solo sobre o ciclo da floresta, algo semelhante à influência de um fenômeno el niño. Há um projeto semelhante em execução na Floresta Nacional de Tapajós, denominado 'Seca Floresta'.

Painéis coletores de água da chuva
Crédito: Paulo Armond Lefebvre
Fonte: Banco de imagens LBA

O TEAM, uma rede de estações de monitoramento da biodiversidade estabelecida pela organização não governamental Conservation International-CI, passou a abranger a área da Floresta Nacional de Caxiuanã em 2003. Por meio de um acordo estabelecido com o Museu Emilio Goeldi e a administração da Floresta Nacional, estão sendo coletados diversos dados sobre a biodiversidade por meio de protocolos de pesquisa padronizados e definidos pela CI. Outras áreas que fazem parte dessa rede no Brasil são a ARIE Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, localizada nas proximidades de Manaus e o Parque Estadual do Rio Doce, no estado de Minas Gerais.

O PPBio é um programa gerado no âmbito da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento – SEPED, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Tem abrangência nacional e iniciou sua implementação nas regiões da Amazônia e do Semi-Árido em 2004, visando à criação de um sistema integrado de informação sobre biodiversidade para facilitar a gestão do patrimônio natural. A coordenação dos protocolos de coleta no sítio da Flona Caxiuanã é realizada pelo MPEG

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População agroextrativista


A população agroextrativista da Flona Caxiuanã nela reside há várias gerações. As famílias conservam no seu modo de vida alguns costumes herdados de seus antepassados, ao mesmo tempo que mantêm um contato freqüente com a cidade para venda e compra de produtos, atendimento médico, recebimento de benefícios sociais (aposentadoria, bolsa-família).

O levantamento sócio econômico realizado em 2005 pela equipe da Flona Caxiuanã e do NUC/SUPES-IBAMA-PA revelou a existência de 68 famílias em seu interior, totalizando em torno de 450 pessoas, distribuídas em 5 comunidades - Pedreira, Laranjal, Caxiuanã, Cariatuba e Pracupi.

Serviços básicos
. Todas as comunidades possuem escola de 1ª a 4ª série e, em 2007, foi iniciado o módulo de 5ª a 8ª série nas comunidades Caxiuanã e Pedreira. Carecem, porém, de posto de saúde, necessitando viajar de 4 a 6 horas até a sede do município mais 'próximo' (Portel ou Senador José Porfírio, dependendo da comunidade) quando necessário.
Subsistência. O roçado, os quintais, os rios e a floresta são importantes fontes dos alimentos, medicamentos e matéria-prima para artesanato utilizados por essas famílias, a maioria desses para o seu auto-consumo. A geração de renda concentra-se em poucos produtos, tendo a farinha de mandioca se mostrado como o principal produto destinado à comercialização, seguida pela castanha-do-pará e o açaí. Alguns utilizam barco a motor próprio para comercializar sua produção no centro urbano de Portel, mas ainda há os que dependem do regatão (intermediário) para vender ou trocar seus produtos por gêneros industrializados - principalmente charque, feijão, açúcar, café e óleo de cozinha.
Roçado de mandioca com floresta secundária ao fundo
Crédito:
ICMBio - cc - Alguns direitos reservados

As outras culturas, plantadas no roçado em consórcio com a mandioca - como o milho, a banana, a melancia, a cana-de-açúcar e o feijão -, são destinadas principalmente para o consumo da própria família. Em seus quintais é possível encontrar algumas árvores frutíferas e pequenos animais - principalmente galinhas e patos - e nos jiraus (hortas suspensas), plantas medicinais e ervas aromáticas.

Para a pesca de subsistência utilizam-se da malhadeira, da zagaia, do espinhel, da linha de mão. Dentre as espécies de peixe mais consumidas destacam-se o tucunaré, a caratinga, o filhote, o mapará e a pescada.

Da mata, além da castanha-do-pará e do açaí, extraem uma diversidade de frutas - como cupuaçu, bacuri, bacaba, tucumã, inajá, pequiá, uxi, umari - e fibras para artesanato. Alguns moradores detêm o conhecimento e a habilidade de coletar compostos medicinais - como a resina da copaíba e sementes de andiroba para extração do óleo.

Na comunidade de Caxiuanã, uma considerável parte da população trabalha na Estação Científica Ferreira Penna como auxiliares de campo e na manutenção da Estação.
Organização. Três das comunidades do interior estão organizadas em duas associações - ATAC (Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas de Caxiuanã) e AGROPEL (Associação dos Agroextrativistas de Pedreira e Laranjal) - fundadas em 2002 e registradas em cartório em 2007. A ATAC vem administrando uma cantina comunitária desde 2007, o que vem auxiliando na diminuição da dependência do regatão. Em 2008, iniciou-se um processo de estímulo ao associativismo na comunidade do Pracupi, na qual há previsão de formalização de 2 associações em 2009.
Produtos da Cantina Comunitária da ATAC
Crédito: ICMBio - cc - Alguns direitos reservados

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Localização

A Floresta Nacional de Caxiuanã possui uma área de 330.000ha (mais de 2 vezes a cidade de São Paulo) e abrange parte dos municípios de Portel e Melgaço (Pará).


Está localizada às margens da Baía de Caxiuanã, um trecho mais alargado do Rio Anapu, que deságua no estuário do Marajó. A Baía chega a atingir 10km de largura e proporciona impressionantes visões do nascer e pôr-do-sol. Dependendo da intensidade dos ventos, que variam com a hora do dia e com a época do ano, suas águas podem formar um espelho d'água aparentemente imperturbável ou ondas que nos fazem pensar estar de frente para o mar.

Créditos: Sensoriamento Remoto/IBAMA (shape) e IBGE (mapa)
Fonte: ICMBio

Fica a 300km de Belém, em linha reta, e o acesso é via fluvial. O trecho Belém-Breves-Portel é coberto por linhas regulares de barcos, em viagens noturnas com duração de 15 horas.

Visitas com fins educativos são incentivadas, devendo apenas serem precedidas de um pedido de autorização à chefia da Unidade. O transporte do centro urbano de Portel até a Unidade fica sob responsabilidade do interessado.

Visitas de grupos ligadas a entidades com fins lucrativos (agências de viagens, etc.) dependem da conclusão do Plano de Manejo da Unidade, que ainda encontra-se em fase de elaboração.

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